Diante dos impactos da pandemia na renda das famílias brasileiras, a Caixa Econômica Federal anunciou no início do mês a possibilidade de os clientes reduzirem o valor das parcelas do financiamento imobiliário e até pausarem o pagamento.
Especialistas avaliam que optar pela facilidade pode ser uma boa estratégia para a manutenção do equilíbrio no orçamento familiar, mas recomendam cautela.
Conforme a Caixa, os valores não pagos durante a vigência da negociação por pausa ou pagamento parcial, conforme o percentual escolhido, serão incorporados ao saldo devedor do contrato e diluídos no prazo restante.
O banco pontua, porém, que o contrato não está isento da incidência de juros remuneratórios, seguros e taxas, mas a taxa de juros e o prazo contratados no início do financiamento não sofrem alteração.
Equilíbrio das Contas
O presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Ricardo Coimbra, destaca que a opção é extremamente importante para os clientes que perderam o emprego e aqueles que estão com dificuldade de manter a renda nesse momento. “O desemprego formal e informal cresceram de forma significativa”.
Além disso, o presidente do Corecon-CE lembra que o dinheiro que seria utilizado para o pagamento do financiamento imobilário pode ser utilizado, nesse momento, para atacar dívidas que possuam juros maiores.
“Esse dinheiro que seria para manter o pagamento dessa operação pode ser direcionado para outras coisas”, diz. Além disso, ele avalia que a redução da parcela evita que o cliente fique inadimplente com o banco e, consequentemente, correndo o risco de ver seu imóvel indo a leilão.
Medida Requer Atenção
Já o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis no Ceará (Creci-CE), Tibério Benevides, pondera que o consumidor só deve aderir em caso de muita necessidade, reforçando a preocupação sobre o valor pausado ou reduzido ser direcionado para o saldo devedor.
Para quem está com dificuldades no pagamento da parcela e não quer aderir à pausa ou redução no valor, Benevides aconselha a busca pela portabilidade do financiamento imobiliário.
“Quem fez financiamento em 2019, quando a Selic ainda estava mais alta, pode buscar a portabilidade da dívida procurando outro banco ou ainda tentando renegociar com o mesmo banco em que tomou o financiamento imobiliário. Algumas instituições dizem que não renegociam, mas eles preferem renegociar do que perder um cliente que paga em dia”, arremata o presidente do Creci-CE.
Fonte: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/negocios/vale-a-pena-reduzir-ou-pausar-parcelas-no-financiamento-da-casa-propria-da-caixa-1.3098873